segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Organização criminosa que atua em Anajatuba tenta anular investigação do GAECO

Itamargarethe Corrêa Lima

 
Enquanto à sociedade brasileira assiste e aplaude o desenrolar da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014 pela Polícia Federal para investigar um esquema de desvio e lavagem de dinheiro, alçado em R$ 19 bilhões de reais, envolvendo a Petrobras, no Maranhão, infelizmente, com a chancela de figurões com tentáculos na política e justiça, as coisas parecem andar na contramão do atual momento vivido no País.

Na terra dos poetas Gonçalves Dias e Ferreira Goulart, em mais um capitulo envolvendo os inúmeros atos de corrupção do prefeito de Anajatuba – Helder Lopes Aragão(PMDB), novas articulações estariam sendo costuradas na tentativa de evitar o afastamento e a prisão do prefeito que, segundo investigações do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual – em apenas dois anos de mandato, desviou dos cofres públicos algo em torno de R$ 14 milhões de reais.

O engraçado é que mesmo diante da farta documentação probante carreada em 14 meses de investigações, sabe-se lá porque, a Justiça do Maranhão insiste em não fazer o seu papel. Após o pedido de suspeição de dois membros da Corte Maranhense, no caso os desembargadores Raimundo Magalhães Melo e Bayma de Araújo, os quais se deram por suspeitos por razões pessoais, há pouco mais de 15 dias, o desembargador João Santana foi designado novo relator.

No entanto, uma intensa movimentação estaria sendo deflagrada com a chancelada do deputado estadual Edson Araújo(PSL), atendendo pleito da presidente da colônia de pescadores de Anajatuba – Lucilândia Mendes, ligada ao deputado, e casada com o vereador daquela cidade Luís Fernando Soares Mendes, o Fernando da Colônia, aliado político do prefeito Aragão.

Para que a esposa do vereador intermediasse a negociação junto ao deputado, que em muitas dessas coincidências do destino seria sogro de Lívia Santana, filha do desembargador João Santana, já que seria casada com o advogado Rommel Araújo, segundo pessoas ligadas ao próprio prefeito insistem em arrotar nos quatro cantos da cidade, o vereador teria recebido alguns mimos do prefeito, entre eles, uma caçamba, avaliada em mais de R$ 100 mil reais.
 
 
Vergonha -

De forma imoral, em um completo acinte, na tentativa de descredibilizar toda a investigação realizada pelo MPMA, usando como pretexto uma questão processual preclusa, a defesa da organização criminosa vem arguindo a nulidade do processo.

Os advogados alegam que, por conta do foro privilegiado do prefeito Helder Aragão, o TJMA teria que autorizar à investigação, contudo, esquecem que ao deferir as medidas cautelares, como mandados de busca e apreensão,  quebra de sigilo fiscal e bancário entre outros, tacitamente, o desembargador Raimundo Melo, que atuou pelo interregno de 14 meses, chancelou/autorizou/balizou a investigação, portanto, enfrentar e deferi tal pedido é uma afronta à inteligência humana e aos preceitos vigente no ordenamento pátrio, os quais aduzem que o consentimento pode ser expresso e/ou tácito, como foi no caso em tela.

Vale ressaltar que, segundo a denúncia formulada pelo procurador Francisco das Chagas Barros de Sousa, além do prefeito, outras 14 pessoas foram denunciadas e tiveram seus pedidos de prisões preventivas requeridos. Todos são suspeitos de integrar uma organização criminosa, que através das empresas Vieira e Bezerra, atual F C B Produções e Eventos, A4 Serviços e Entretenimento, Construtora Construir e M A Silva Ribeiro, desviou milhões e milhões do erário público.

Visando cumprir o que determina a lei de imprensa, na quinta e sexta-feira, vários contatos foram feitos com o gabinete do relator do processo - desembargador João Santana, através do chefe de gabinete Jonas, a fim de que o magistrado se pronunciasse a respeito da veracidade dos laços familiares que o ligam ao deputado Edson Araújo, entretanto o mesmo preferiu silenciar, porém, a palavra continua franqueada ao mesmo ou qualquer outro interessado que queira se pronunciar.

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