trabalhadores desconfiam da boa vontade do Incra |
Quando
o juiz federal José Carlos do Vale
Madeira emitiu a Ordem Judicial para ser feita desocupação na área em litígio
dos índios Awá-Guajá no município de São João do Caru - quem leu o documento viu, que se tratava de uma desintrusão. Ou
seja, retirar os intrusos da área. Intrusos seriam invasores que não teriam
direito a nada, na interpretação da Justiça.
Só que a tática da Justiça de emitir o documento no dia 17 de dezembro de 2013,
coincidindo com as festas do fim de ano e o recesso nas casas parlamentares do
Maranhão e de Brasília não deu certo. Ao chegar na área, as tropas do exército
se deram conta da realidade e tiveram que recuar.
Incra assume a bomba mas não apresenta resultado |
Com
esse recuou e motivado por pressões, o Incra do Maranhão entrou de “gaiato no
navio”. Poderia ter dado de ombro. Justificativa tinha de sobra para fazer isso. Não tinha prazo e muito menos
condições para realizar uma licitação e compra de terra em 40 dias. Mesmo que
conseguisse a terra a toque de caixa, o ônus de despejar 6 mil pessoas numa área sem estrutura
iria ficar na sua conta.
Não
sei se por pressão do Governo Federal, equívoco de sua assessoria ou alguma “casca
de banana” jogada de propósito por alguém que queria o lugar do superintendente.
Quando o advogado José Inácio Rodrigues emitiu um edital de compra de terra para
assentar os trabalhadores rurais, classificados como intrusos pela Justiça,
terminou contradizendo a própria decisão judicial e
assumindo para si toda a responsabilidade.
reunião na Justiça Federal |
O
mais grave é que agora depois do leite derramado, o Incra tenta a qualquer
custo conseguir a adesão dos
trabalhadores rurais para se cadastrarem num projeto fictício de assentamento
que não estava previsto na Ordem
Judicial de desintrusão.
Imparcial diz que Incra usa Bolsa Família como chantagem |
A
pressão sobre as 1200 famílias que desde dezembro convivem com as tropas do exército no terreiro de casa ( armada
até os dentes) aumentou ainda mais depois da reunião que aconteceu na
terça-feira com a Justiça Federal, o Incra e o Comando da Operação. O Jornal O
Imparcial (quinta-feira, 30 de janeiro) disse que o Incra estava condicionando
as adesões dos trabalhadores rurais ao programa Bolsa Família. Ou seja, quem
não assinasse o cadastro iria perder o programa. O programa Bolsa Família é um
direito conquistado. Jamais poderia ser
usado de tal forma!