Alan Kardec
Recuo ao ano de 2007. Visito todos os prédios da UFMA. Um a um.
Percorro o perímetro do Campus de São Luís em pleno período de chuva. Tínhamos
de nos sustentar no muro para atravessar poças de lama. Não sem irmos
acompanhados pelos guardas, por conta do alto índice de assaltos. Dialogamos
com a comunidade do Sá Viana e Vila Embratel. Esperança no ar. À frente,
Natalino Salgado. Incansável. Brincalhão. “Allan, temos de devolver a
autoestima à UFMA”, me fala com a sobrancelha levemente levantada mostrando preocupação,
embora o tom da voz demonstre alegre confiança.
Eis que chegamos em 2015. O tempo
voa. A memória se apressa em apagar os avanços para pensar em avanços maiores.
O espírito acadêmico é esse mesmo: ousado, impaciente, sonhador, generoso. Eis
que se passaram sete anos! Foram criados novos campi. Novas salas de aulas.
Paulo Freire. Centro de convenções. Pista de corrida. Passeio e muro ao redor
do Campus. Novos prédios nos campi do continente. Novos cursos, inclusive o de
medicina em Imperatriz e em Pinheiro que, quando falei, debocharam da sugestão.
Avanço gigantesco na Pós-graduação, sob o comando de Fernando Carvalho.
Mas tem algo imponderável.
Mínimo. Que todos usam. É o crachá. Alunos, técnicos administrativos e
professores andam de cima abaixo, de leste a oeste com o tal crachá. Ora, só
estampa o crachá de seu trabalho quem dele se orgulha. E aconteceu isso: a
sonhada autoestima. Obviamente que a oposição à administração atual desdenha.
Certamente cumpre seu papel de ser do contra.
E falando nisso. Chegaram as
eleições. O debate na comunidade sobre o futuro da Universidade. E, certamente,
do Brasil. De um lado, os desafios da academia. De outro, as perspectivas do
País. Este último certamente influenciará fortemente na vida do primeiro. O
Brasil tem um futuro que vemos hoje ser, no mínimo, intrigante. Imerso em uma
grande crise política. Para isso, localmente, precisamos de alguém que enfrente
os desafios com garra. E sensibilidade. Com energia. E paciência. Com gana. E
capacidade de construção.
Há belos nomes que se candidatam
ao posto máximo. À reitoria. Mas, de minha perspectiva, creio que quem preenche
com grande sabedoria essa candidatura é a Professora Nair Portela. Repito:
sabedoria. O leme deve ser entregue a quem saiba comandar em mares revoltos. As
nuvens que se avizinham prenunciam tempestades.
A professora Nair tem história.
Tem vida de exclusiva dedicação à UFMA. E, por isso mesmo, conhece
profundamente a Instituição. Além de ter contribuído, por 32 anos,
incansavelmente, à Instituição a quem resolveu devotar a própria história. Tem
larga experiência em gestão. Tem estratégia. Tem visão. Tem colaboradores
competentes. E, por último, conhece profundamente o legado dos últimos sete
anos – o bastante para simplesmente não os descartar.
Um reitor não é uma
contraproposta. Nair tem História. Um reitor não é um arroubo. Nair tem
consistência. Um reitor é. Projeto. Proposta. Construção. Consciência. A UFMA
precisa de uma mulher que vá além dos desafios que o Brasil impõe. Uma mulher
que tenha capacidade de diálogo. Uma mulher que saiba enxergar muito além,
porque o desafio é enorme. E tenho confiança que, pela experiência, Nair saberá
conduzir a UFMA no processo que se iniciou há sete anos.
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