O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) disse, em
pronunciamento na manhã desta terça-feira (17), que é inviável, neste momento,
um rompimento do contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), já que há obras em andamento no Estado com esses recursos. Ao
rebater o oposicionista Edilázio Júnior (PV), ele explicou que a ex-oposição
entrou com uma ação na Justiça contra o empréstimo, em julho de 2014, porque o
governo Roseana Sarney queria utilizá-lo para fins eleitoreiros, repassando-o,
em forma de fundo, para os prefeitos aliados.
Othelino lembrou que o governo
anterior criou, à época, o Fundo Estadual de Desenvolvimento dos Municípios do
Maranhão (Fundema) para tentar burlar a legislação eleitoral e fazer
transferência de recursos, repassando-os para fundos municipais, com a intenção
de mudar a vontade do povo do Maranhão. “Nós
entramos, no ano passado, com uma ação. Conseguimos suspender os repasses na
Justiça e entramos também com o expediente administrativo junto ao BNDES,
informando que aquilo era crime eleitoral”, disse.
Segundo Othelino, a ex-oposição
conseguiu evitar que estes recursos do BNDES que, em muitos casos foram mal
utilizados, fossem ainda empregados para tentar influenciar, naquela eleição, o
eleitor. “Mas a sabedoria do povo deu um novo rumo à
história do Maranhão”, frisou.
Sobre o contrato com o BNDES,
Othelino disse que ele foi assinado, está em execução e agora provocaria muito
mais prejuízo ao erário e ao povo do Maranhão, se o governo fosse destratá-lo,
até porque existem obras que estão em andamento. Segundo o governista, dos 72
hospitais que foram prometidos pela ex-governadora Roseana Sarney, vários foram
entregues pela metade, sem contar os que ficaram prontos, mas estão fechados.
“Imaginemos o que seria, neste momento, devolver o
recurso e deixar essas obras paradas, levando em consideração a dificuldade
financeira que o governo do Estado enfrenta. Então, agora já que foi feito o
empréstimo, e já que o governo do Maranhão terá que pagar por ele, resta-nos
aplicar bem e utilizá-lo, de fato, em projetos que tenham um grande impacto na
vida dos maranhenses”, disse Othelino ao citar como exemplo a obra que foi anunciada,
no Palácio dos Leões, da MA-034 que liga municípios da região dos Cocais à
BR-316.
Endividamento
Quanto às colocações de Edilázio
Júnior sobre endividamento do Estado, Othelino disse que a matéria do Bom Dia
Brasil, citada pelo oposicionista, referia-se ao cumprimento do percentual da
Lei de Responsabilidade Fiscal ao pagamento de pessoal, portanto isso não quer
dizer que o governo anterior não tenha deixado dívidas elevadas, como anunciado
no início da nova gestão. “Tirando
a parte do pessoal, o governo ficou endividado sim”,
apontou o governista.
Segundo Othelino Neto, o governo
Roseana, que terminou no dia 31 de dezembro do ano passado, deixou muito mais
restos a pagar e despesas que nem sequer foram empenhadas, o que é proibido por
Lei, do que a quantidade de recursos que ficou em caixa. “Isso,
não somos nós que estamos inventando. Basta pegar os dados com o governo, que
fez questão de mostrar qual era o saldo nas contas no dia em que o governador
Flávio Dino assumiu”, comentou.
Othelino disse que é fato que o
Maranhão é um Estado endividado e que boa parte dos pagamentos, por exemplo,
que está sendo feita na Saúde, e a pressão que acontece pelo não pagamento,
inclusive de terceirizados, são por conta de débitos deixados na gestão
anterior. “O
atual governo ainda está pagando compromissos de 2014”,
frisou.
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