O Ministério da Pesca e
Aquicultura (MPA) abriu, ontem (27), prazo de 60 dias para que
24.673 pescadores do Maranhão, inscritos no Registro Geral da Atividade
Pesqueira (RGP), façam o recadastramento. Outros 9 mil do Pará também serão
recadastrado.
O
objetivo do Ministério é descobrir “pescadores fantasmas” que teriam
sido registrados irregularmente entre os meses de julho e outubro do ano
passado, às vésperas das eleições.
Como
grande parte desses registros não estava ligada a um processo ou mesmo não
apresentava qualquer documentação, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA)
pediu à Controladoria-Geral da União (CGU) que realizasse uma auditoria para
verificar a existência de fraudes.
Depois
da auditoria, a CGU orientou o MPA a publicar uma portaria suspendendo o
registro de 24.673 pessoas no Maranhão e de 9.761 no Pará. Se fraudes forem
comprovadas, os registros serão cancelados definitivamente.
Os deputados Verdes na mira da Justiça |
O
Ministério alerta que portar ilegalmente o Registro Geral da Atividade
Pesqueira é crime. Por causa dessa prática ilegal, muitos pescadores ficam sem
receber os recursos a que têm direito, como o dinheiro pago pelo Seguro-Defeso,
e acabam enfrentado dificuldades para sustentar suas famílias durante os meses
do defeso.
Por
isso, quem insistir em usar o registro, mesmo sem comprovar que é pescador,
terá que devolver os valores de seguro defeso recebidos indevidamente e
responderá processo por falsidade ideológica, como manda a lei.
Bate-boca
No
Maranhão, em março, uma operação da Polícia Civil de combate a fraude
na concessão do Seguro-Defeso em Viana gerou forte bate-boca entre
parlamentares da chamada “Bancada do Peixe” na Assembleia Legislativa.
O
suplente de deputado Fernando Furtado (PCdoB) disse que o deputado
estadual Júnior Verde (PRB) – irmão do deputado federal Cléber Verde
(PRB) – transformou a Superintendência Federal da Pesca no Maranhão, que
ele comandava, em “balcão de negócios”.
“Essa
história é repleta de ameaças e perseguições. O Júnior Verde, quando esteve à
frente da Superintendência da Pesca, perseguiu adversários e fez negociatas,
dividindo parcelas do seguro-defeso e oferecendo benefícios àqueles que
garantiam votar nele para deputado estadual”, denunciou o comunista.
Segundo
ele, os irmãos Verde filiavam “pseudo-pescadores” para “dividir recursos”.
“Existe realmente essa manobra, de se filiar pseudo-pescadores no Maranhão,
para se dividir recursos do seguro-defeso. Isso começou a ganhar mais contornos
a partir da entrada em cena dos irmãos Verde no setor”, afirmou.
Júnior
Verde contra-atacou. E insinuou que, ao mesmo tempo em que acusa adversários de
fazer negócio com a pesca no Maranhão, Furtado tem parentes comandando
sindicatos de pescadores.
“Interessante,
quando se fala em balcão de negócios, porque tem mulher tomando conta de um
sindicato, irmão tomando conta de outro, primo tomando conta de outro. Questão
familiar. E ainda vão falar de balcão de negócios? Tendo uma família inteira
participando lá do sindicato”, relatou.
Pelo
visto, o recadastramento no Maranhão ainda vai dar o que falar.
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