quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Aulas perdidas por causa de greve são repostas em escolas municipais



Algumas escolas têm aulas aos sábados, e ano letivo se encerrará em março de 2015
 
Escolas da rede pública municipal de São Luís estão aumentando o ritmo de aulas para recuperar a carga horária perdida por causa dos 105 dias de greve dos professores. O dia 18 deste mês foi o terceiro sábado de aulas extras para os alunos. Por causa da greve, o semestre letivo 2014 será encerrado apenas no dia 31 de março de 2015, nas escolas em que houve paralisação das atividades.
A greve dos professores da rede municipal se iniciou no dia 22 de maio e terminou em 4 de setembro, se estendendo por um período de 105 dias. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), será preciso repor 59 dias letivos. Dos 105 dias sem aulas, foram descontados os fins de semana, feriados e o período de férias escolares que o calendário escolar da rede municipal de ensino tinha, no dia 9 de setembro, quando as aulas foram reiniciadas, após a greve, de 2014.
Esses dias estão sendo repostos mediante calendário elaborado pela Semed e pactuado com o Sindicato dos Profissionais do Ensino Público Municipal de São Luís (SindEducação) para a realização de aulas aos sábados. Na Unidade de Ensino Básico (UEB) Henrique de La Roque Almeida, na Vila Embratel, uma das que tiveram as aulas paralisadas, já ocorreram três aulas extras. Os horários especiais estão sendo ministrados durante a manhã e tarde de sábado, conforme as turmas que precisam de reposição.
A estudante do 7° ano Hémily Caroline Barros, de 13 anos, é uma das cerca de 1.900 estudantes matriculadas na unidade. Ela afirmou que desde o fim da greve as aulas estão ocorrendo normalmente todos os dias, inclusive as de reposição. A única exceção são as aulas de inglês. "Depois da greve a gente voltou a ter aulas normalmente, com todos os horários, menos inglês, porque não tem professor na escola. Mas, por causa da greve, nossas férias vão atrasar, pois as aulas terminam apenas em março", disse.
Segundo o diretor da unidade, José Maria Alves de Sousa, as aulas de inglês não são necessárias nas turmas do 7°, 8° e 9° ano e serão iniciadas no próximo mês, com o retorno à escola de uma professora licenciada. Sobre o calendário de reposição, ele disse que cada escola tem um cronograma específico. "Nem todos os professores entraram em greve. Então, algumas escolas tiveram menos perdas de aulas que outras, assim como as turmas, já que somente as turmas dos professores grevistas ficaram sem aula. Por isso, o calendário foi montado de acordo com a necessidade de cada turma", informou.
Na UEB Rosário Nina, no Bairro de Fátima, também já aconteceram três sábados de aulas extras, mas como nem todos os alunos ficaram sem aula durante os 105 dias de greve, algumas turmas terão férias a partir do dia 16 de março de 2015, de acordo com a diretora da unidade de ensino. O mesmo acontecerá na UEB Monsenhor Frederico Chaves, no São Francisco, onde, mesmo durante a greve, algumas turmas tiveram aulas, normal ou parcialmente.
A dona de casa Elinalva Rêgo, que tem dois filhos matriculados na UEB Monsenhor Frederico Chaves, disse que tem medo de os filhos não recuperarem todo o conteúdo perdido, mesmo com as aulas de reposição. "Desde o fim da greve, meus filhos estão tendo aulas todos os dias, mas mesmo com as aulas extras eu fico preocupada de não repassarem todo o conteúdo, porque foram três meses parados", comentou.
Mas em outras escolas o ano letivo será encerrado no período previsto no início do ano. Na UEB Maria Rocha, na Areinha, as aulas serão encerradas no início de janeiro, já que nenhum professor da unidade aderiu à greve da categoria. "Aqui, nenhum dos nossos professores suspendeu as aulas. Então, estamos seguindo o calendário escolar sem problemas desde o início do ano letivo. Na segunda quinzena de janeiro, nossos alunos entram em férias", informou Aldeíres Lima, diretora adjunta.

Números

130 mil estudantes compõem a rede muni-cipal de ensino público de São Luís
280 escolas compõem a rede de ensino
5.712 professores lecionam nas escolas municipais

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