1500 famílias resistem |
São João do Caru,Ma -
O clima é de guerra no município de São João do Caru (na Região Noroeste do Estado),
onde acontece a disputa de uma área de 116 mil hectares entre e trabalhadores
rurais do município e os índios Awá-Guajá. Ontem(28) cerca de 2 mil trabalhadores
se reuniram para protestar e resistir a decisão do Governo Dilma Roussef(PT) de
retirar as famílias da área em litígio. O Blog do Varão foi ver de perto os desdobramentos da crise.
As
famílias alegam que estão na área há mais de 20 anos e que a decisão do Governo
pretende despejar cerca de 6 mil pessoas para recolocar 33 índios numa área de
116 mil hectares. O clima na reserva está muito tenso pelo fato do prazo de 40
dias, (dado pela Justiça para as tropas
do exercito executarem o mandado de
despejo) já tenha vencido. O mandado de notificação do juiz federal José Carlos
do Vale Madeira, tem data do dia 17 de
dezembro, portanto hoje faz 44 dias.
mandado da justiça vencido |
Com o prazo vencido dado pela Justiça Federal para a desocupação, as famílias alegam que não
têm para onde ir. O medo e a insegurança vem gerando um clima de tensão por causa da
presença das tropas federais que tem em mãos a ordem da Justiça para fazer o
despejo.
Diante
do impasse provocada pela Ordem Judicial (que tem que ser cumprida) os trabalhadores já admitem em deixar a área,
desde que o Governo Federal consiga uma área de assentamento para recolocar
todas as famílias.
A
CNA(Confederação Nacional da Agricultura)em em parceria com FAEMA(Federação da
Agricultura do Estado do Maranhão) estão dando todo apoio jurídico e orientação
aos trabalhadores para que seja cumprida
a Ordem Judicial sem prejuízo para os agricultores. A CNA/FAEMA defende que os trabalhadores só
devam sair da área para um local onde tenha toda infraestrutura(casa, água, energia,
escola, estrada e assistência técnica).
Incra não apresentou plano ao CNA |
Numa
reunião que aconteceu na semana passada entre o Incra e as instituições(CNA/FAEMA)
para que fosse apresentado o plano de reassentamento, o superintendente José Inacio Rodrigues ainda
não tinha nada de concreto para a apresentar. Essa semana o edital de compra da
terra para a colocação dos trabalhares teve de ser reeditado porque
ainda não apareceu pessoas interessadas em vender terreno para a instituição.
“Mais uma tragédia
humanitária pode acontecer no Maranhão, a exemplo das violações de direitos
ocorridas no Mato Grosso há um ano, na operação de desintrusão da Terra
Indígena Marãiwatsédé”, adverte Arno Jerke, disse o representante da CNA.
Também no Mato Grosso, o Incra permitiu que milhares de pequenos agricultores
fossem retirados das terras que cultivavam e tivessem suas casas destruídas,
sem nenhum planejamento para reassentá-los. Muitos deles ainda hoje vivem em
barracos de lona, sem condições de manter seus familiares.
Arno(CNA) e Emerson(Faema) conversam com o comando da operação |
A
expectativa ficou para
hoje(29) as 15 horas onde acontece uma reunião entre na
Justiça Federal entre o juiz José Carlos Madeira, Nilton Tubino, da Presidência
da Republica, Comando do Exército e assessores jurídicos dos trabalhadores. A
expectativa é que o Incra apresente a
solução para o impasse.
Arnaldo Lacerda(Aprocaru) e Emerson (Faema) apoio ao protesto |
muito bom o blog, adorei!
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