quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

CLIMA DE GUERRA EM SÃO JOÃO DO CARU: trabalhadores rurais resistem a desocupação Awá-Guajá do Governo Federal e a pressão aumenta sobre o Incra do Maranhão

1500 famílias  resistem
São João do Caru,Ma - O clima é de guerra no município de São João do Caru (na Região Noroeste do Estado), onde acontece a disputa de uma área de 116 mil hectares entre e trabalhadores rurais do município e os índios Awá-Guajá. Ontem(28) cerca de 2 mil trabalhadores se reuniram para protestar e resistir a decisão do Governo Dilma Roussef(PT) de retirar as famílias da área em litígio. O Blog do Varão foi ver de perto os desdobramentos da crise.
As famílias alegam que estão na área há mais de 20 anos e que a decisão do Governo pretende despejar cerca de 6 mil pessoas para recolocar 33 índios numa área de 116 mil hectares. O clima na reserva está muito tenso pelo fato do prazo de 40 dias, (dado  pela Justiça para as tropas do exercito executarem o  mandado de despejo) já tenha vencido. O mandado de notificação do juiz federal José Carlos do Vale Madeira, tem  data do dia 17 de dezembro, portanto hoje faz 44 dias.
mandado da justiça vencido
 Com o prazo  vencido dado pela Justiça Federal  para a desocupação, as famílias alegam que não têm para onde ir. O medo e a insegurança  vem gerando um clima de tensão por causa da presença das tropas federais que tem em mãos a ordem da Justiça para fazer o despejo.
Diante do impasse provocada pela Ordem Judicial (que tem que ser cumprida)  os trabalhadores já admitem em deixar a área, desde que o Governo Federal consiga uma área de assentamento para recolocar todas as famílias.
A CNA(Confederação Nacional da Agricultura)em em parceria com FAEMA(Federação da Agricultura do Estado do Maranhão) estão dando todo apoio jurídico e orientação aos trabalhadores para que  seja cumprida a Ordem Judicial sem prejuízo para os agricultores.  A CNA/FAEMA defende que os trabalhadores só devam sair da área para um local onde tenha toda infraestrutura(casa, água, energia, escola,  estrada e assistência técnica).
Incra não apresentou plano  ao CNA
Numa reunião que aconteceu na semana passada entre o Incra e as instituições(CNA/FAEMA) para que fosse apresentado o plano de reassentamento,  o superintendente José Inacio Rodrigues ainda não tinha nada de concreto para a apresentar. Essa semana o edital de compra da terra para a colocação dos trabalhares teve de ser reeditado   porque ainda não apareceu pessoas interessadas em vender  terreno para a instituição.
“Mais uma tragédia humanitária pode acontecer no Maranhão, a exemplo das violações de direitos ocorridas no Mato Grosso há um ano, na operação de desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé”, adverte Arno Jerke, disse o representante da CNA.  Também no Mato Grosso, o Incra permitiu que milhares de pequenos agricultores fossem retirados das terras que cultivavam e tivessem suas casas destruídas, sem nenhum planejamento para reassentá-los. Muitos deles ainda hoje vivem em barracos de lona, sem condições de manter seus familiares.
Arno(CNA) e Emerson(Faema) conversam com o comando da operação
 Na manifestação de ontem algumas lideranças dos trabalhadores chegaram a  criticar  a forma que o Incra conduziu  o processo de licitação da compra da terra. “ Do jeito que está sendo feito essa compra do Incra não vai aparecer ninguém interessado em vender sua terra”. A compra está sendo feita através de TDA - título da dívida agrária, onde o Governo Federal leva entre 5 a 10 anos para pagar.

A expectativa ficou para
Arnaldo Lacerda(Aprocaru) e Emerson (Faema) apoio ao protesto 
hoje(29) as 15 horas onde acontece uma reunião entre na Justiça Federal entre o juiz José Carlos Madeira, Nilton Tubino, da Presidência da Republica, Comando do Exército e assessores jurídicos dos trabalhadores. A expectativa é que o Incra apresente  a solução para o impasse.












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