Em
meio ao julgamento dos assassinos do jornalista Décio Sá, raro caso de
celeridade elogiável da justiça, eis que sua família, mulher e filhos, estão às
voltas com outro caso, o de um processo contra o próprio jornalista, também com
celeridade rara no judiciário – mas esta não tão elogiável assim.
A
viúva de Décio acaba de ser notificada pela Justiça para que assuma uma dívida
judicial do marido morto, condenado em uma ação movida por um ex-diretor do
próprio Tribunal de Justiça e que tramitou com “aceleradores topados”.
E
qual o crime de Décio Sá?
O
jornalista revelou em seu blog que o então diretor havia sido aprovado em
concurso do próprio TJ na condição de deficiente físico. E questionou a tal
deficiência, exibindo documentos e imagens que, na sua concepção, mostravam o
contrário.
Processado,
o jornalista se defendeu como pôde.
E
o caso foi julgado a jato: entre o protocolo da ação e a condenação passaram-se
apenas alguns meses.
O
jornalista foi assassinado poucos dias depois de receber a sentença de Primeiro
Grau.
Nem
isso demoveu o ímpeto do autor – e seu patronos – que cobram agora da viúva do
jornalista que assuma uma dívida que não é sua.
Mais
grave: a cobrança pode invadir o espólio de Décio, atingindo a herança de seus
filhos.
Mas
segue como se nada tivesse mais importância…
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