Baldez, defende parcerias |
O
Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão, Edilson Baldez
das Neves (foto), ao encerrar na ultima sexta-feira a segunda edição do
“Indústria de Talentos”, evento que serviu para discussões sobre educação e
inovação para o atendimento de mão de obra qualificada e incentivo a novas
tecnologias no Maranhão, ressaltou o desafio do Sistema Fiema em qualificar
profissionais como forma de colaborar com o desenvolvimento do estado e
ajuda-lo a atrair novos empreendimentos.
Segundo
Edilson Baldez, as ações do “Indústria de Talentos” mostraram que o Sistema
Fiema dispõe de ferramentas para dar suporte ao desenvolvimento da indústria e
oferecer oportunidades para os maranhenses participarem do crescimento da
economia do Maranhão. “Nosso propósito é contribuir efetivamente com o
crescimento econômico, qualificando os maranhenses para atuarem na indústria e
consequentemente melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores”.
Após
três dias de intensa movimentação de estudantes, professores, empresários nos
stand’s montados no retorno da Cohama, o presidente falou com exclusividade ao
Jornal Pequeno sobre o que está sendo o ano de 2013 para o empresariado
maranhense do ramo industrial e o que esperam para 2014, ano de Copa do Mundo, sucessão
nacional e estadual.
Para
Baldez, o ano que está indo embora foi razoável, deu para o empresário escapar,
uns com prejuízos maiores, outros menores, mas ele adverte que foi um período
de reflexão, de instalação de projetos maiores, de restruturação das empresas e
deu a oportunidade do Sistema Federação das Indústrias ampliar as suas
instalações e preparar os professores para a demanda de 2014.
“2013
foi a oportunidade que tivemos de atender as demandas das empresas, então acho
que está sendo um ano promissor em todos os sentidos, não só pelos resultados
diretos do que produzimos, mas muito mais pela conscientização por parte do
poder público e privado de que agente tem que dar as mãos para investir, quer
na formação de mão de obra, quer na instalação de numa logística melhor, quer
no próprio desenvolvimento de talentos e inovação para que as empresas se
tornem mais competitivas e o estado possa exportar muito mais do que importar
produtos manufaturados”, observa.
Apesar
das dificuldades vividas pelo setor industrial, Edilson Baldez acredita que
2014 será muito melhor que 2013 em decorrência do empresariado ter feito o
dever de casa, ter preparando um grande número de mão de obra para o mercado e
da consolidação de empreendimentos como o da mineradora Vale, que está
ampliando sua capacidade de embarque; da Suzano, que começa operar ainda este
ano, assim como muitos outros projetos foram consolidados e vão começar a
produzir a partir de 2014.
“Eu
acho que paralelamente a construção de novos projetos, esses já vão começar a
produzir e, consequentemente a nossa balança vai melhorar”, acredita o
dirigente empresarial. Ele adverte, porém que ainda falta muita coisa para que
o estado possa atrair grandes investimentos, entre os quais destaca a falta de
infraestrutura e logística em todos os sentidos.
“Está
faltando um entendimento melhor, precisamos criar condições, oferecer o que for
possível, para que outros projetos possam se implantar aqui, porque hoje existe
uma guerra entre os estados e quem tem condições de oferecer melhor estrutura,
melhor mão de obra qualificada é que leva vantagem, pois o capital vai na
direção onde for mais receptivo para ele. É um capital que circula e vai na
direção que for melhor, então nos temos que criar essa consciência de oferecer
melhores condições porque o estado só pode crescer se ele produzir e gerar
riqueza para o seu povo. Para mim, a única maneira de desenvolver o nosso povo
e com educação e trabalho”, defende.
Dentro
do contexto, o presidente da Fiema diz que a entidade também fez o dever casa e
que seu principal desafio foi iniciar a restruturação das instalações e
laboratórios, requalificar os professores e instrutores do sistema e ampliar a
conscientização do empresariado de que tem que ir para dentro da Federação,
levar seus problemas e discutir com o coletivo. “É esse o objetivo dessa Casa.
O empresário tem que se sentir dono dessa Casa, aproveitar essa abertura que
nós temos para que ele possa contribuir e agente possa servir melhor, produzir
mais mão de obrar e levar os pleitos e os anseios do empresário aos órgãos
públicos, mas para isso é preciso primeiro que ele acredite nisso, acredite em
si, na sua entidade de classe, que é possível, com a sua participação, tornar o
Maranhão um grande estado”, defende.
Refinaria
Premium – A reportagem do Jornal Pequeno
quis saber do presidente da Fiema se ele acredita na instalação da Refinaria
Premium, prometida pela Petrobrás para Bacabeira, e ele respondeu que acredita
porque trata-se de um empreendimento que interessa ao Brasil e não aos
empresários como querem deixar transparecer alguns.
“Eu
acho que a refinaria interessa mais ao Brasil. Interessa também ao Maranhão
porque algumas indústrias vão vir para cá, mas nós que já estamos instalados
aqui não teremos ganho direto, a não ser algumas empresas que vão trabalhar na
instalação do empreendimento. As vezes ficam com a ideias de que o setor
industrial está interessado e eu quero dizer que quem está interessado e
precisando de refinaria é o país”, opinou.
Para
Edilson Baldez, a refinaria é importante porque o Brasil está exportando óleo
bruto barato e importando refinados, caro, e que há necessidade de construir o
empreendimento seja no Maranhão, Ceará ou Pernambuco, mas que vai depender da
capacidade de investimento da Petrobrás. “Eu só acredito nessa refinaria se
tiver uma parceria privada, se criarem condições da empresa acreditar e vir
fazer os investimentos junto com a Petrobras. Eu tenho a convicção de que ela
virá, se não agora será no futuro, mas eu acredito que ela virá”, afirma.
Parceria
Público Privado – Embora o governo federal
incentive as PPP’s – Parceria Público Privado – no Maranhão não se tem
conhecimento de nenhuma parceria que tenha sido efetivada e o presidente da
Fiema acredita que o maior entrave seja o próprio governo. Para ele, o estado
deveria ser um indutor, normatizador, mas quer fazer o papel do empresário sem
ter competência para fazer isso.
No
entendimento do dirigente empresarial, o estado deve fazer sua gestão pública,
preparar as normas e dar segurança jurídica, porque o empresário vem de
qualquer parte do mundo fazer investimento se existir o mínimo de segurança.
“Esse
é um problema crônico do nosso estado, do país e nós precisamos discutir, por
isso eu tenho insistido muito que tem que haver uma aproximação do setor
público com o privado, infelizmente o governo ver o empresário como adversário,
como alguém que não é útil para o país, mas quero advertir que sem o
empresário, sem a empresa privada produzir, o país não vai a lugar nenhum e nem
o estado vai a lugar nenhum. Matar o empresário é o mesmo que quebrar os ovos
da galinha de ouro”, adverte.
Edilson
diz que desde o primeiro dia que assumiu a direção da Fiema tem chamando o
poder público para discutir e encontrar caminhos que levem ao desenvolvimento
do Maranhão, por entender que todos os estados se desenvolveram a partir da
aproximação do publico com o privado.
“Foi
com parcerias firmes, definitivas e prolongadas que eles se desenvolveram. Nós
não precisamos mais inventar a roda, já sabemos o caminho, agora está faltando
aos políticos, empresários, entidades representativas da sociedade nos
conscientizar disso, descer das tamancas e botar o pé no chão que encontraremos
a solução para o desenvolvimento do estado do Maranhão”, defende.
*Jornal Pequeno
*Jornal Pequeno
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