terça-feira, 11 de novembro de 2014

Com Ted Lago na Emap Governo Flávio Dino vai dar prioridade a gestão competitiva no Porto do Itaqui


O administrador de empresas Eduardo Lago, ou Ted Lago, como é conhecido, assumirá a presidência da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). Ted Lago, formado com pós-graduação em Planejamento e Finanças (PUC-RJ) e em Gestão e Processos Industriais na Deomens Schule (Munique – Alemanha), atualmente é o presidente do Conselho Deliberativo do ICE-MA.

– A Emap é fundamental para o desenvolvimento do Maranhão, mas atende muito pouco à população. Qual será a diretriz da Emap sob nova direção?
Estamos dando os primeiros passos na transição. Sem dúvidas, o porto do Itaqui é um vetor importante para o desenvolvimento do Maranhão, como um diferencial de atração de novos investimentos. O papel da Emap é dar condições para o recebimento de bens e insumos e o escoamento de produtos primários ou industrializados. Ela não faz isso sozinha. O faz através de uma série de stakeholders, ou “atores”, digamos assim, que exercem no Porto do Itaqui, suas atividades. Operadores portuários, agências marítimas, empresas de navegação, trabalhadores através do Órgão Gestor de Mão de Obras (OGMO), Tradings, e os clientes que vendem e compram as mercadorias que chegam e partem pelo porto. Todos eles são geradores de empregos. Creio que a população se beneficiará quanto mais empregos forem gerados no Maranhão, pelo fato do Porto do Itaqui ter dado condições de oportunidade de negócios e investimento.
2 – É pela Emap que passam as grandes riquezas do Brasil e este foi um dos temas de campanha de Flávio Dino. Fazer com que nossas riquezas se transformem em melhoria para a população. O que o senhor pretende fazer para que o seu trabalho na Emap tenha também esse viés social?
O primeiro passo é buscar tornar o porto mais eficiente, ouvindo e dialogando com todos aqueles que atuam nele, citados na resposta anterior, e atuar nos gargalos. São eles que estão no dia a dia da atividade fim, entendem os problemas e dificuldades encontradas na operação. Com essas melhorias, atrairemos novos clientes, consolidando o Porto do Itaqui como ponto preferencial de escoamento da produção do corredor centro norte, que inclui os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, e outros. Atuando em parceria com secretarias como Indústria e Comércio, Agricultura e Pecuária, integrando o pequeno produtor rural, a agricultura familiar e o agronegócio para suprir aquela que será a grande demanda do mundo, alimentos, na forma de proteína animal, vegetal e grãos, de forma primária ou industrializada.
O desenvolvimento econômico trará o desenvolvimento social. A Emap terá seus resultados também avaliados pelo grau de satisfação dos seus clientes e integrará aos seus indicadores de resultados, a melhoria dos indicadores sócio-econômicos do Maranhão.

3 – Quais são os entraves para o crescimento da Emap hoje?
Infraestrutura. O Porto do Itaqui opera próximo do seu limite físico de capacidade de movimentação de cargas. Uma prova disso é a quantidade de navios que aguardam ao largo do litoral para atracar em seus berços. Alguns chegam a ficar por mais de 30 dias a um custo médio de US$ 25-30 mil/dia. Berços, retroporto, galpões e armazéns. Apesar da malha ferroviária do nosso estado, o modal rodoviário ainda tem um peso importante na logística da região.
Estradas, vias de acesso, pátio de estacionamento já não atendem a demanda atual e esse problema tende a crescer. Somente no período inicial de operação do TEGRAM, terminal de grãos do Maranhão, o volume adicional de carretas pode chegar a 600 veículos para o transporte da safra até os armazéns. Precisamos nos preparar para essa nova fase que se inicia.

4 – O que é possível fazer para mudar este quadro? E quais serão as consequências para a economia e para a sociedade maranhense?
Investimentos em área de retroporto, aumento planejado de berços de atracação, pátios de estacionamento e manobras, melhorias dos acessos rodoviários, otimização do modal ferroviário e investimentos por parte dos operadores portuários, são algumas das necessidades a curto, médio e longo prazo. Como consequência, o Porto do Itaqui começa a perder competitividade com outros portos da região como Vila do Conde, no Pará, Pecém no Ceará, Suape, em Pernambuco e até mesmo para Itajaí em Santa Catarina. Creio que podemos reverter esse quadro com o aumento da produtividade, e investimentos com recursos federais e estaduais, além de parcerias com o setor privado.





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