O
reitor Natalino Salgado e a sua esposa Bernardete Leal Salgado, professora do
Departamento de Ciências Fisológicas, protocolaram ontem pedido de desfiliação
da APRUMA, a Associação dos Professores da UFMA, depois de mais de vinte anos
de associados. Eles acompanham um movimento em série que vem ocorrendo entre
docentes da instituição, insatisfeitos com os rumos que o sindicato da
categoria tomou nos últimos anos.
Dominada pela turma do PSTU, PSol e
Conlutas, a APRUMA se afastou da base, abandonou as lutas da classe e passou a
se dedicar a incitar greves e movimentos de protestos. O resultado dessa
política, que não discute idéias e tem aversão à arte do diálogo e do
pluralismo partidário, é o total esvaziamento da entidade. O exemplo mais
recente ocorreu na semana passada quando um pequeno grupo de professores
bloqueou a entrada do Campus no dia nacional de paralisação dos docentes das
instituições federais de ensino superior. Não fosse pelo reforço recebido dos
técnicos-administrativos, em greve há mais de dois meses, a mobilização teria
sido um fiasco total.
A criação de um novo sindicato de
docentes não é um fato isolado da UFMA. Movimento nesse sentido vem ocorrendo
em várias universidades federais do país. Quase sempre motivado pelos mesmos
erros cometidos pela entidade sindical dos professores da UFMA: o radicalismo e
a intolerância, no lugar do debate de ideias e propostas, visando o
fortalecimento da classe e a garantia de conquistas de interesse coletivo.
Uma fonte do movimento, diz que a
luta é para mudar estruturas arcaicas que não correspondem mais aos reais
anseios dos professores. A proposta, explica a fonte, é instituir uma renovação
na agenda sindical da UFMA, um movimento realmente autônomo, sem atrelamento a
reitorias e partidos. Docentes de todos os departamentos têm apoiado a fundação
do novo sindicato, cuja comissão provisória dirigente deve ser instalada
oficialmente na próxima sexta-feira.
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