O deputado estadual e
vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, Wellington do
Curso (PPS), realizou visita "in loco" ao Complexo Penitenciário de
Pedrinhas, na manhã desta terça-feira (23), pela CPI do Sistema Carcerário. Estiveram
presentes também os deputados federais Alberto Fraga (DEM-DF), presidente da
CPI, Laudívio Carvalho (PMDB-MG), Eliziane Gama (PPS-MA), Weverton Rocha
(PDT-MA) e Edimilson Rodrigues (PSOL-PA); além dos deputados estaduais Zé
Inácio (PT) e Prof. Marco Aurélio (PC do B).
De acordo com informações
colhidas no Complexo Penitenciário, há três agentes penitenciários para 373
detentos na CCPJ, por exemplo. E apenas 10 defensores públicos para 2.943
detentos. Além da superlotação das celas, da precariedade do atendimento médico
e da ausência de condições básicas de vida, os detentos reclamam da
indiferença por parte do Estado,
implicando, assim, na falta de ressocialização.
Na ocasião, o deputado visitou as
celas, ouviu as principais reclamações dos detentos e conferiu a realidade a
que os presidiários estão submetidos.
Após a visita ao presídio, o
parlamentar se deslocou ao Palácio dos Leões, onde se reuniu com a Comissão e o
governador Flávio Dino (PC do B) para tratarem sobre as melhorias do Sistema
Carcerário no Maranhão.
Em conclusão a visita dos membros
da CPI ao Maranhão, também foi realizada uma Audiência Pública no Plenarinho da
Assembleia Legislativa, com agentes penitenciários e parentes de detentos, na
qual foram apresentados dados sobre a atual situação presidiária no Estado e
discutidas ações para políticas públicas na situação atual.
Para Wellington, é estarrecedora
a situação desumana em que se encontram os detentos e de caráter emergencial
que a CPI, não só aponte as falhas, mas apresente soluções e conceda dignidade
a estes seres. Ao entrar nas celas, segundo ele, o cenário encontrado na
Penitenciária Pedrinhas remota às masmorras da Idade Média e se assemelham aos
navios negreiros que traziam escravos para o Brasil.
"Não podemos nos calar
diante das mazelas! Conhecido como um dos estados com um dos piores sistemas
penitenciários do país, o Maranhão tem sofrido com superlotação, mortes,
rebeliões, fugas e precariedades na
estrutura das unidades. De acordo com o último levantamento da Sejap, em maio,
deste ano, os presídios do Maranhão abrigam uma população carcerária em um
total de 6.237 detentos. Desse quantitativo, 2.769 são do interior e 3.441 da
capital. Em Pedrinhas, a população carcerária é de 2.943 internos. A UPR de
Paço do Lumiar contabilizou 39. A unidade em Pedrinhas com o maior número de
detentos é a Casa de Detenção (Cadet) com 663 presos. O menor efetivo
registrado está no presídio São Luís 3, com 86 apenados. Se há dignidade, eu
questiono: onde está? Não podemos ignorar a realidade, pois enquanto o Poder
Público continuar omisso, se perpetuará a violência e a destruição de vidas.
Precisamos criar vagas em escolas, dar oportunidades de emprego e, assim,
conceder as ideais condições para que o jovem seja o trabalhador de hoje e não
o delinquente de amanhã”, declarou Wellington.
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