terça-feira, 2 de junho de 2015

Diretora de Comunicação da Câmara de São Luís emite nota respondendo sobre acumulo de assessorias.


 Chega até ser patético o questionamento do blogueiro Jeisael Marx, direcionado a minha pessoa, em relação ao acumulo de assessoria na Câmara Municipal de São Luís e Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, em respeito à sociedade ludovicense, e cumprindo o que preceitua o Direito Pátrio, encaminhei nota abaixo respondo os questionamentos feitos, e mesmo tendo sido recebida às 09h51, até às 18h30 não havia sido publicada, o que espero que aconteça, já que a formação acadêmica, além da ética, certamente, ensinou ao blogueiro as normas legais impostas pela Lei de Imprensa.
 
“Diretora da Câmara de São Luís acumula função de repórter na SSP”

Confesso, assim como você, que estranhei a publicação intitulada “Diretora da Câmara de São Luís acumula função de repórter na SSP”, na qual, o nobre blogueiro, questiona o fato de estar exercendo o cargo de diretora no Legislativo Municipal e assessora, na Polícia Civil do Maranhão. Perguntei-me o porquê de minha vida profissional, exercida há exatos 16 anos, repentinamente despertar o teu interesse, que, admito, ainda não tive o prazer se quer de conhecer.

De fato, acumular tantas atribuições é tarefa para bem poucos. No meu caso em especial, exerço as duas funções, diga-se de passagem, cumulativamente, há pouco mais de cinco meses, o que nunca foi segredo. Todos os meus textos, tanto lá quanto cá, são assinados. No entanto, é oportuno salientar que, entre dezembro de 2009 e dezembro de 2014, ou seja, seis anos ininterruptos, fui assessora do Corpo de Bombeiro Militar do Maranhão, consequentemente do sistema de segurança. Já na Câmara Municipal exerço função semelhante há mais de uma década.

E diferentemente do que foi colocado, não consigo tal proeza, ou seja, acumular atribuições profissionais, acendendo uma vela a Deus e outra ao Diabo, já que esse tipo de tática é própria de pessoas incompetentes, condição que não me enquadro.

Não sei, também, se o nobre blogueiro, usando como parâmetro aquele velho, porém, sábio adágio popular, de que o bom julgador, por si julga aos outros, possui limitações para exercer várias atividades profissionais simultaneamente e, tomando-se como exemplo, acha um absurdo o acumulo de assessorias. Na nossa área, para quem sabe fazer o dever de casa, é um fato até corriqueiro.

Só a título de informação, não acumulo apenas duas assessorias, mas quatro, já que, além da CM e SSP, também assessoro a Prefeitura de São Luís e o segundo órgão mais importante na área da saúde no Estado, o Conselho Municipal de Secretários de Saúde. E das quatro, o único que neste momento não me faria falta, é justamente a SSP, na qual, até a presente data, estou trabalhando sem nomeação ou contrato e, assim sendo, sem receber nenhuma remuneração. Sem contar, ainda, que milito na advocacia e sou pós-graduanda em Direito Tributário. Não sei se isto acontece com você, mas eu consigo tocar o sino, acompanhar a procissão e, se duvidares, ainda rezo a missa.
 
Quanto à qualidade do serviço prestado, em razão do acumulo, desculpe, mas a sua opinião em nada me interessa, haja vista que, apenas aos meus chefes imediatos, tenho o dever de prestar contas da execução do serviço, e pelo andar da carruagem, acredito que todos, sem exceção, estão satisfeitos.

Posso te assegurar, também, caro comunicador, que não tenho padrinho político ou coisa parecida. Pois, diferente de muitos dos meus colegas, mesmo com 16 anos de profissão, não conseguir montar empresa para prestar serviço ao poder público e, assim, deixar para trás o excesso de assessorias. O acúmulo é reflexo de muito, muito trabalho. É resultado do que o Aurélio define como COMPETÊNCIA, pois somente alguém com tal atributo conseguiria acumular tantas funções. Você não acha?

Na SSP, a minha experiência balizou o convite feito, pessoalmente, pelo secretário Jefferson Portela para assumir tal função. E olha que, enquanto delegado de polícia, sempre teci duras críticas ao trabalho dele.  Diferentemente da grande maioria dos profissionais que hoje atua nessa área, não tenho como característica, apenas, a reprodução de release de assessoria.

Talvez o nobre não entenda o que estou querendo falar, já que na televisão possui um teleprompter para ti auxiliar. Entretanto, no jornalismo impresso consigo produzir, digo, criar textos policiais em um exímio espaço de tempo, haja vista que a minha paixão sempre foi e sempre será o jornalismo policial, tanto que estou trabalhando na SSP, mesmo nas condições adversas acima elencadas. Paixão essa que não é novidade para quem acompanha a minha trajetória profissional, que certamente não deve ser o teu caso.

Em se tratando das minhas amizades profissionais, graças a Deus, elas realmente são muitas. E aí posso listar um seleto time, como os colegas Silvan Alves, Marcial Lima, Domingos Ribeiro, Ana Coaracy, Sousinha, Ivan Lima, Jânio Arley e tantos outros que atuam e atuaram no jornalismo policial.

Já com o presidente da CM, vereador Astro de Ogum, a relação dispensa comentários. Além da afinidade religiosa e profissional, há uma amizade de vários anos. Quanto à investigação sobre agiotagem na Câmara Municipal, conforme afirmado no texto por você, não me traz nenhuma preocupação, já que o ato de investigar é garantia constitucional assegurada à Polícia Judiciária. Passei nove anos da minha vida sentada em um banco de faculdade, quatro na UFMA, no curso de Comunicação, e cinco na FACAM, cursando Direito, e aprendi ser profissional, não mágica. Portanto, não tenho interesse e nem poder para barrar uma investigação.

Desta feita, espero ter conseguido prestar os esclarecimentos necessários. Mas devo ti confessar que me causou estranheza o fato deste assunto vir à baila, justamente quando acumulo as duas funções há vários meses e, enquanto diretora de Comunicação da Câmara Municipal, precisei resolver um imbróglio envolvendo o blogueiro Leandro Miranda.

Nesta oportunidade, o desinteresse em mantê-lo nos nossos quadros, na condição de “prestador de serviço”, função pela qual era pago a quantia de R$ 1.500 reais, levou-me a optar pelo desligamento. Acredito ser algo normal quando os interesses tornam-se conflitantes, o que de fato aconteceu.

Só que esse tipo de medida, antipática, confesso, é osso do ofício. Não quero acreditar que a tua reação haja sido uma retaliação. Primeiro, porque o acumulo de assessoria não é crime ou coisa parecida. Segundo, porque não acredito que você esteja incluso no rol de profissionais picaretas, os quais se utilizam daquele jargão para afirmar que os fins justificam os meios. E terceiro, que nada, repito, nada, irá alterar a situação do blogueiro afastado.

Para finalizar, agradeço ao colega a notoriedade dada ao meu trabalho, ratificando que, de fato, essa tarefa é para bem poucos. Por fim, desejo-te que, algum dia, você consiga desempenhar com primazia o teu trabalho da mesma forma que procuro fazer o meu.
 
 
Itamargarethe Corrêa Lima
Diretora de Comunicação da CMSL

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