O
ex-governador Eduardo Campos (PSB) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) anunciam
na segunda-feira sua chapa presidencial sem terem conseguido resolver problemas
entre seus grupos políticos em nove Estados.
As
divergências ocorrem porque integrantes da Rede, liderada por Marina, rejeitam
o apoio do PSB a candidaturas de PSDB, PT e PMDB. Segundo eles, essas siglas
representam a "velha política".
Também
há rejeição a nomes do próprio PSB, partido ao qual Marina e aliados se
filiaram após não conseguirem o registro da Rede na Justiça Eleitoral, ano
passado.
Os
casos mais complicados, com chances remotas de acordo, ocorrem nos Estados de
São Paulo e do Paraná.
No
maior colégio eleitoral do país, o PSB cedeu à pressão de Marina e desistiu de
apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB). Não abre mão, contudo, de lançar
o deputado federal Márcio França (PSB-SP) ao governo.
França
não agrada a Rede, que defende nomes ligados a Marina, como Walter Feldman
(PSB), Ricardo Young (PPS) e Gilberto Natalini (PV).
No
Paraná, o PSB integra a gestão Beto Richa (PSDB) e apoiará a reeleição do
tucano, mas a Rede optou pela deputada federal Rosane Ferreira (PV) e indicou a
socióloga Sigrid Andersen (PV), do grupo de Marina, ao Senado.
Em
Alagoas, o PSB lançará a candidatura ao governo de Alexandre Toledo, que até
2013 era filiado ao PSDB. A Rede optou por apoiar apenas a candidatura de
Heloísa Helena (PSOL) ao Senado.
Não
houve consenso até mesmo no Acre, reduto de Marina. O PSB historicamente
integra a frente que dá sustentação ao governo petista de Tião Viana, mas a
Rede optou pela neutralidade.
"Os
filiados acharam que essa candidatura não converge com a candidatura
nacional", afirma o porta-voz da Rede no Acre, Carlos Gomes.
Também há crise em Minas Gerais. Na semana passada, uma ala do PSB mineiro, com
apoio de Marina, lançou a pré-candidatura do ambientalista Apolo Heringer.
O
problema é que o PSB já negociava aliança com Pimenta da Veiga, candidato do
PSDB no reduto do presidenciável tucano, Aécio Neves. A contrapartida seria o
apoio do PSDB ao candidato de Campos em Pernambuco.
A
expectativa de aliados é que as negociações sejam retomadas após o lançamento
da chapa presidencial.
Por
enquanto, há acordo entre PSB e Rede em dez Estados, entre eles Bahia, Ceará,
Pernambuco e Rio de Janeiro. Nos restantes, o cenário ainda está indefinido.
PATRÍCIA GOES BRITTO
Folha DE SÃO PAULO
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