Henrique Alves, vestiu a carapuça |
O
presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, disse que a Câmara
vai enviar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma representação contra o
juiz Márlon Reis, autor do livro “Nobre Deputado”, que baseou uma reportagem do
Fantástico no último domingo. Alves também defendeu a aprovação do projeto
sobre o direito de resposta (PL 6446/13).
Para
o presidente da Câmara, a reportagem divulgada no Fantástico no domingo
“desestimula o exercício da cidadania e, ao contrário do objetivo veiculado,
reforça a ideia de que a política de nada serve à população brasileira”.
O
livro é, segundo Reis, baseado em relatos de assessores e de um ex-deputado e
denuncia práticas do meio político a partir de um personagem fictício criado
pelo juiz. A reportagem afirma que parlamentares desviam dinheiro das emendas
parlamentares para custear as campanhas políticas.
juiz Márlon Reis: autor do livro |
Henrique
Alves criticou o uso de imagens das sessões da Câmara dos Deputados para
ilustrar a atuação do corrupto fictício. “As diversas alusões a um deputado
fictício, associadas a repetidas imagens no Plenário da Câmara dos Deputados e
do Palácio do Congresso traduzem exercício impróprio do direito de informar: sem
possibilitar o direito de defesa, vilipendiam a imagem do Parlamento”,
criticou.
O
presidente ressaltou ainda que as denúncias verdadeiras mostradas na reportagem
– o desvio de verbas de merenda escolar e de asfaltamento – não podem ser
atribuídas ao Congresso Nacional. Ele disse ainda que a liberação de emendas
parlamentares é responsabilidade exclusiva do Poder Executivo federal.
Apoio
As
ações do presidente foram apoiadas pelos demais deputados em Plenário, que
também sugeriram outras providências.
O
deputado Colbert Martins (PMDB-BA) pediu que a Procuradoria da Câmara
investigue as denúncias e tome as ações necessárias. “A matéria faz uma
acusação genérica através de informações de um livro de um juiz e de um
pseudoassessor. É preciso que a Procuradoria investigue e não fique nessa
acusação generalizada”, disse.
O
deputado Fernando Ferro (PT-PE) sugeriu que a Câmara peça direito de resposta,
pois “o discurso do presidente não terá a mesma repercussão porque não foi
divulgado no mesmo horário”.
Para
o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), a Câmara precisa processar o
autor do livro para ter reparação. Ele acusou o juiz de fazer “propaganda” do
seu livro. “Esse cidadão foi leviano com esta Casa, achacou contra a honra de
513 deputados com suposições, como se todos fôssemos responsáveis pela conduta
de um parlamentar que não identificou”, afirmou.
A
líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), sugeriu que o presidente da
Câmara faça um pronunciamento em cadeia nacional para defender o Parlamento. “É
inaceitável que um membro de outro Poder ataque esta Casa”, disse.
Comissão geral
O
1º vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que a Casa
deveria fazer uma comissão geral e convidar o juiz Márlon Reis para vir dar
nomes. “E convidamos também um representante da emissora que lhe deu voz. Isso
seria oportuno para ele mostrar sua valentia na nossa frente”, afirmou.
O
líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), chamou a denúncia de Márlon Reis de
“gravíssima” e pediu que se aponte o responsável pelas denúncias. “Não se pode
destruir a imagem do Parlamento de forma generalizada”, criticou.
Para
o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), a Rede Globo prestou um desserviço à
população. “Destaco a coragem do presidente Henrique Eduardo Alves neste
momento e, por isso, precisamos votar a regulamentação do direito de resposta”,
afirmou.
O
deputado Esperidião Amin (PP-SC) destacou que o discurso do presidente Henrique
Eduardo Alves foi digno de nota e “não desceu ao tipo de generalização
repugnante” apresentada pela reportagem. Para o deputado Arthur Oliveira Maia
(SD-BA), a reportagem ajuda a demonizar a política e afasta o jovem da
democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário